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O filho pródigo


O filho pródigo

Ao olhar minuciosamente para a parabola do filho pródigo (Lucas 15-11-36), podemos evidenciar fatos, atos e consequências muito interessantes. Algumas considerações serão feitas a partir do que se estudou e obteve de acordo com essa perícope (do grego περικοπη, "ação de cortar em volta"), ou seja, é um trecho, pequeno ou longo, retirado de um texto que tem sentido completo.
Em primeiro lugar quero destacar aqui o fato do filho mais novo exigir de seu pai a sua parte de seus bens (herança) mesmo ele ainda estando vivo. Será que já paramos para pensar nesta cena? Um pai que ainda está vivo, cujo seu filho mais novo e lhe pede algo que lhe seria dado após morto, ou seja, sua parte da herança. Creio eu que isso se trona um fato ofensivo ao pai. Será que ele quis dizer tanto faz meu pai vivo ou morto, o que me importa é o dinheiro? Quantas vezes acontece isso nas famílias hoje? Não exatamente em relação a exigir de um pai uma parte de uma herança mesmo o pai ainda estando vivo, mas tantos outros acontecimentos podem nos levar a tomar esse tipo de atitude do filho pródigo, não só com nossa família, mas também principalmente no nosso relacionamento com Deus.
Quando se dirige a parabola do filho pródigo é costumeira a ideia de somente visualizar somente a figura do filho pródigo em si esquecendo-se que toda a parabola é constituída de três personagens. Onde se tem o pai e também o filho mais velho. O filho mais novo percorreu um caminho de insensato, julgando que longe do pai viveria melhor, viveu sem pensar no dia de amanhã e ainda na sua aflição buscou ajuda de terceiros, perdendo sua identidade e dignidade pessoal. Mas deu tempo dele cair em si e correr atrás do que mais valia á pena sua família. Quando ele percebeu seu estado real, houve um quebrantamento, um arrependimento genuíno. Ai ele pediu perdão ao seu pai.
Em segundo lugar quero desenvolver aqui a ideia de respeito que o pai teve na decisão de seu filho. Dependendo do modo como o pai recebesse essa notícia de seu filho mais novo, poderia ser causada uma revolta contra atitude do filho mais novo. Mas não! Este pai soube respeitar, soube amar e soube restaurar seu filho.
Entretanto, vamos pensar na atitude desse pai sendo Deus. Ele sempre respeita as nossas decisões, por pior que sejam as mesmas. Ele só interfere quando nos dirigimos a Ele em oração. Muitas das vezes tomas atitudes como o filho pródigo, atitudes de vergonha, de dor e de consequências. Mas sabemos que Ele é um Deus que nos ama e nos aceita e nos acolhe da maneira como estamos. Ele também nos restaura e nos da a melhor vestimenta, o melhor calçado, o melhor alimento e ainda nos prepara um banquete na presença dos nossos irmãos mais velhos que sempre estiveram ao lado dEle.
No entanto quero trabalhar acerca do filho mais velho. Muitos dizem que quando ele se indignou contra seu irmão, foi uma atitude normal, pois ele sempre foi fiel ao seu pai etc. Mas quero trazer a observância alguns aspectos, onde possíveis erros do filho mais novo são trabalhados nessa parabola tais como: erros de avaliação.
O filho mais novo avaliou seu irmão, o julgando. Ele avaliou seu pai, dizendo que pra ele nunca teve nada que pelo menos fosse um pouco do que ele fez ao seu filho mais novo. E também ele se auto-avaliou: em um vocabulário chulo ele disse: poxa pai! Eu sempre fui certo! Pois é, ele praticamente determinou uma fidelidade inútil ao seu pai. Se levarmos esse ato para dentro do contexto “igreja” hoje, nos decepcionaríamos em notar que existem muitos filhos mais novos dentro das igrejas que não aceitam a volta dos filhos mais novos e nem muito menos os ajudam a voltar. Não os recebem de braços abertos e nem participam do banquete que Deus prepara para a volta dos filhos pródigos.
Portanto é importante perceber que essa parabola está relacionada com o relacionamento familiar e também espiritual. E que este simples estudo possa te levar a pensar, refletindo sobre essa questão do filho pródigo, do pai e do filho mais velho. A peculiaridade de cada uma vai nos levar a meditar a qual dos três tem feito parte de nós com determinada intensidade. E que possamos identificar o nosso estado real diante de quem nós somos e diante de quem Deus quer que sejamos.

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