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Qual a relação entre Kerigma e Ética na ótica da Cruz?


A grande questão que se põe para nós, Igreja, é essa: o evangelho está chegando de verdade e influenciando? Cristo quer que aja quem o anuncie, proclame e testemunhe diante das pessoas, experimentando a Comunhão eclesial. As questões e dificuldades, do ponto de vista da fé e da ética, emergentes em sala de aula, ou em outras instâncias da vida universitária, são objeto de reflexão por parte dos cristãos de modo a perceberem que sua fé é preciosa no sentido de ajudar a encaminhar essas questões.
A missão da Igreja a partir do encontro com Jesus Cristo é que nós como discípulos missionários, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, promovamos dignidade da pessoa, renovando a comunidade, participando da construção de uma sociedade justa e solidária, “para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (João 10:10). Evangeliza-se servindo. “Vim, não para ser servido, mas para servir”. A presença da Igreja é no sentido de servir á pessoa e á comunidade, promovendo a pessoa e procurando estabelecer na comunidade humana relações fraternas. E nisso ela muito poderá contribuir, pois a mensagem do evangelho se situa toda ela nessa direção.            
Evangelizar não é moralizar, não é impor, não é vencer o outro pela força da retórica, mas propor-lhe, respeitosamente, aquilo em que se crê e se experimenta ser resposta existencial para a própria vida. Evangeliza-se testemunhando a comunhão. Os cristãos devem se reconhecer como tais no meio universitário e ali viverem o mandamento novo do amor. Uma comunhão, cultivada e alimentada na celebração da eucaristia. O Kerigma ou a proclamação da visão da cruz de Cristo como ética implica em uma realidade rica, complexa e dinâmica.
A evangelização há de conter também sempre ao mesmo tempo como base, centro e ápice do seu dinamismo, uma proclamação clara que em Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem, morto e ressuscitado, a salvação é oferecida a todos os homens, como dom da graça e da misericórdia do mesmo Deus. O encontro com Cristo Vivo, e nele a comunhão com o Pai no Espírito, é a razão de ser da Igreja, constitui seu mistério e a raiz permanente de sua missão. Este anúncio é o Kerigma. Sem ele a Igreja morre porque lhe faltarão os convertidos, novos seguidores de Jesus, novas testemunhas. Este anúncio tem que chegar a todos oportunamente, como expressão proclamada do testemunho vivido.  A Igreja tem o dever e a vocação de se tornar presente, com uma presença forte, significativa, em todos os espaços da vida  para que o evangelho, força de salvação, fermente a gestação de uma sociedade nova, baseada na verdade e na prática da justiça.

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